Superseeds #90: The Other Side, part 2

The Other Side, part 2 é o nonagésimo artigo da minha coluna na RPG.netSuperseeds. Neste, descrevo a Agência de Intercâmbio.

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The Other Side, part 2 is the ninetieth installment of my RPG.net column, Superseeds. In this one, I describe the Agency of Exchange.

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Contra o fascismo, #HaddadSim, #Haddad13

Não sou petista, não votei no Haddad no primeiro turno e concordo com algumas das críticas ao PT, como o fato de não terem apoiado uma candidatura única da esquerda para esta eleição.

Mas, NESTE MOMENTO, isso é irrelevante. Vou dar um exemplo.

Imagine que estamos viajando de barco e, por causa de uma briga, caímos no mar. Agora tem um tubarão vindo na nossa direção.

Podemos discutir as decisões e circunstâncias que nos levaram a estar nessa situação? Sim.

Isso vai impedir o tubarão de chegar e nos devorar? Não.

Então, NESTE MOMENTO, faz mais sentido tentar subir no barco de novo, porque se ficarmos discutindo, na melhor das hipóteses, voltamos pro barco sem uma perna. Na pior…

Não pense que não tem como acontecer, porque já ocorreu duas vezes na nossa história: em 1930 e em 1964. Na primeira, demorou 15 anos para voltar pro barco, na segunda, 21.

Só pra deixar explícito:

  • nós somos nós, brasileiros
  • o barco é a democracia
  • o mar é a instabilidade política
  • o tubarão é o Bozo e tudo que ele representa

Mas não precisa acreditar em mim. Seguem algumas fontes para que você chegue à mesma conclusão.

Palestra de Steven Levitsky, um dos autores de Como as democracias morrem, na Fundação FHC, com presença do próprio Fernando Henrique Cardoso (o que faz sua declaração de neutralidade no segundo turno mais estapafúrdia ainda e uma vergonha para a biografia dele).

Em 38 minutos, Levitsky explica que hoje em dia as democracias não são destruídas por golpes militares, mas, sim, pela eleição de candidatos autoritários que usam os próprios mecanismos democráticos para miná-las. Lembra alguém?

Se você não tem tempo de assistir ao vídeo, pode ler a coluna que Levitsky escreveu para a Folha de SP falando especificamente sobre o cenário eleitoral atual (essa informação consta na palestra).

“A democracia do Brasil está vulnerável —vive seu momento mais vulnerável em uma geração. Os brasileiros precisam agir para defendê-la.”

Se você quer entender porque há uma forte associação do candidato do PSL ao fascismo, leia esse texto do cientista político e pesquisador da FGV Oliver Stuenkel no El País, no qual descreve como se deu a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha de 1932. Veja se percebe as similaridades.

“Hitler não chegou ao poder porque todos os alemães eram nazistas ou anti-semitas, mas porque muitas pessoas razoáveis fizeram vista grossa. O mal se estabeleceu na vida cotidiana porque as pessoas eram incapazes ou sem vontade de reconhecê-lo ou denunciá-lo, disseminando-se entre os alemães porque o povo estava disposto a minimizá-lo. Antes de muitos perceberem o que a maquinaria fascista do partido governista estava fazendo, ele já não podia mais ser contido. Era tarde demais.”

Se quer saber como debater com eleitores indecisos ou que demonstram tendência a votar no candidato do PSL (não acredito que os convictos estão abertos a mudar de ideia), veja esse vídeo da socióloga Esther Solano, da Unifesp e baixe o ebook gratuito do livro que ela organizou: O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil.

Se você quer entender a dinâmica de como chegamos a este ponto, leia essa excelente entrevista no El País do filósofo da USP Vladimir Safatle.

O Brasil é a prova mais cabal de que quando você não acerta suas contas com a história, a história te assombra”

À medida que for encontrando mais textos ou vídeos apropriados, atualizarei este post.

É isso. Em 28 de outubro, vote consciente. Não deixe que o fascismo tome conta do país.

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