Back at the end of 2020, I had a short story – “O fogo da vingança”[The fire of vengeance] – accepted for the sixth volume of the Multiverso Pulp anthology series here in Brazil.
It’s going to be published in 2023. This is the art for the cover, by Brazilian artist Fred Macêdo.
Meu conto “Monstros” foi um dos três selecionados no edital Poder Cabano, da revista Potocando. Duplamente feliz, porque, apesar de ser do Sudeste, consegui emplacar uma história em um edital organizado por uma equipe do Norte, sobre um ambientação nortista, e no qual os outros dois selecionados, Bia Chaves e Raphael Carmesin, são paraenses.
Já falei aqui do Rio by Night, o suplemento para o RPG Vampiro: a Máscara que descrevia o Rio de Janeiro naquela ambientação. O que não lembrava é que tinham feito uma matéria de jornal sobre o livro. Ela foi publicada n’O Globo em 1994.
I’ve talked here about Rio by Night, the Vampire: The Masquerade sourcebook that described Rio de Janeiro in that setting. What I didn’t remembered was that there had been a news piece about the book. It was published in 1994 by the newspaper O Globo .
Ontem, como parte das atividades de greve da Fundação CECIERJ, visitamos uma das 21 escolas ocupadas pelos estudantes no Rio de Janeiro. Fomos ao Colégio Estadual Visconde de Cairu, no Méier, e levamos mantimentos para ajudá-los na sua luta. Os alunos nos receberam com simpatia e nos deram um tour das instalações, explicando como estão conduzindo a ocupação. Foi uma experiência agridoce, meio alegre, meio triste. Alegre porque é inspirador ver os jovens tomando pra si a luta por um mundo melhor; no caso, um mundo com uma educação de qualidade e onde o Estado se responsabilize por atender de maneira competente um direito fundamental da população, apesar de uns e outros acharem que não. Os estudantes da Visconde de Cairu não estão apenas lutado, estão administrando sua luta. Se dividiram em vários comitês que lidam com diferentes questões da ocupação, seja alimentação, limpeza ou atividades. Eles ainda espalharam cartazes pela escola com mensagens de tolerância e reafirmação da diversidade, algo, no mínimo, louvável em tempos de extremismo e fascismo em alta. Pra mim, é especialmente marcante ver essa iniciativa, porque não sei se eu, quando adolescente, teria feito o mesmo. Na minha juventude, era de direita (eu sei, mas mudei — fiz o caminho inverso da maioria das pessoas) e provavelmente não estaria apoiando um movimento com esse.
Foi triste porque, durante o tour, vimos como a Visconde de Cairu é imensa e possui diversas instalações que fazem (ou fariam) dela uma escola fantástica, como laboratórios de química e astronomia (!), mas que estão abandonados e/ou trancados. As instalações da escola também sofrem sem manutenção, como mostra esse vídeo de 2010. O colégio tem até um bosque, uma área grande de vegetação que poderia ser usada para aulas práticas de biologia ou para projetos como uma horta comunitária, mas que, agora, acumula focos de mosquito. É mais triste ainda porque a gente sabe que essa situação precária não é “privilégio” da Visconde de Cairu — tá mais para a realidade padrão dos colégios cariocas e fluminenses.
De qualquer maneira, prefiro contabilizar a experiência mais como positiva do que negativa: a atuação dos jovens bate de dez a zero o desmazelo do abandono da instalações de educação do estado. Toda a força pros estudantes da Visconde de Cairu e de todas os outras 20 escolas ocupadas! Continuem lutando! A gente ajuda no que for possível.
Em tempo, no dia 7 de abril, uma juíza aprovou a reintegração de posse do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, alegando que os alunos “estão dormindo e cozinhando na própria escola, sem qualquer supervisão por agente público que garanta a segurança. Assim, em caso de acidentes ocorridos dentro da escola, a responsabilidade será do Poder Público que, além de estar privado da posse de um bem público, ainda terá que arcar com eventual indenização por danos causados aos ocupantes”. Acho curioso que quando os estudantes estão frequentando uma instalação sem condições físicas de segurança e saúde apropriadas, tá tudo bem, mas agora que eles estão fazendo um movimento legítimo, aí é problemático para o Estado — perceba que a preocupação dela é com a responsabilização pelo acidente e o custo das indenizações, não é realmente com a segurança. Além disso, como o Poder Público pode estar privado de um bem se ele está na mão dos estudantes, que são o público ao qual ele está destinado?
Embora o Retalhos se proponha a ser, como o nome diz, uma colcha digital dos meus interesses, a grande maioria das postagens aqui estão relacionadas aos meus hobbies, como RPG e ficção cinetífica. No entanto, a ideia é que meu lado profissional também tenha destaque (apesar de estar pensando em criar um blog específico para divulgação científica). Atuo como jornalismo científico e, atualmente, sou freelancer.
Semana passada, estive em Barcelona cobrindo a 13a Conferência sobre Vacina da Aids como um dos bolsistas (fellows) de jornalismo. Antes de ir, consegui interessar a Scientific American sobre possíveis reportagens oriundas da conferência e ontem saiu a primeira de duas matérias (em inglês) que fiz. Essa é uma visão geral de como está o campo de vacinas da Aids hoje em dia. A segunda é sobre duas pesquisas específicas nesse campo e deve ser publicada na semana que vem se tudo der certo.
Fala sério! Não entendo como o raciocínio de um juiz consegue conduzi-lo até uma decisão dessas — e olha que foi um grupo de magistrados. Segundo a reportagem, a Procuradoria-Geral de Justiça do Mato Grosso do Sul vai recorrer da decisão e levar o caso até o Supremo Tribunal Federal (STF), podendo mesmo partir para cortes internacionais.
Espero que o STF faça a coisa certa e reverta essa decisão.
O deputado estadual do Rio de Janeiro Jorge Babu apresentou um projeto de lei que obriga a Secretaria Estadual de Saúde a publicar no seu site o nome de todos os soropositivos para HIV. A estupidez dessa ação é tão grande que fico na dúvida se é fruto de uma mente idiota ou de algo mais maléfico. A desculpa para essa aberração legislativa é que os profissionais de saúde têm o direito de saber se estão tratando de um soropositivo. Como se médicos e enfermeiros precisassem da ajuda do deputado para se protegerem. Fico imaginando a cena numa sala de emergência: “Rápido, 20 cc de atropina. Você pega o desfibrilador, e você entra na internet e vê se esse sujeito é portador de HIV.” Isso representa uma ameaça e um retrocesso para as pessoas que estão infectadas com esse vírus. Lembra o caso do traficante que, ao descobrir ter pego o HIV, queria forçar o posto de saúde da região a revelar os soropositivos para que ele pudesse se vingar. Deviam apresentar outro projeto — que obrigasse deputados estaduais a revelarem suas conexões com o crime. Será que o Babu aprovaria?