Zelazny, Gaiman e eu

Na minha newsletter, DisPatches (já assinou?), já falei de como Roger Zelazny é uma inspiração e de como o Neil Gaiman já me deu um fora. Que o criador de Sandman era amigo do autor das Crônicas de Amber eu sabia, mas não tinha ideia que uma obra deste tinha sido essencial para o sucesso daquele – ainda por cima, uma que eu gosto também.

A descoberta veio graças a uma entrevista do The Guardian com o Gaiman:

Gaiman precisava de outra maneira para começar, e ela veio por meio de um escritor de ficção científica norte-americano. “Roger Zelazny escreveu um livro chamado Lord of Light, onde ele criou deuses de ficção científica que pareciam super-heróis,” diz Gaiman. “A história se passa em um mundo no futuro onde exploradores espaciais se deram os poderes do panteão hindu. Pensei: não consigo escrever super-heróis, mas conseguiria escrever quadrinhos sobre deuses. Aposto que conseguiria fazer isso, e seria parecido o bastante com um quadrinho de super-herói para enganar as pessoas.”

Pois é, grandes mentes pensam da mesma maneira.


In my newsletter, DisPatches (have you subscribed yet?), I’ve mentioned how Roger Zelazny is an inspiration and how Neil Gaiman once told me off. I knew the creator of Sandman was friends with the author of the Chronicles of Amber, but I had no idea one of the latter’s works was essential for the success of the former – plus, one I also like.

The discovery came thanks to this The Guardian‘s interview with Gaiman:

Gaiman needed another way in, and it came via a US science-fiction author. “Roger Zelazny did a book called Lord of Light, where he did science-fictional gods who feel like superheroes,” says Gaiman. “It’s set in a world in the future where a bunch of space explorers have given themselves the powers of the Hindu pantheon. I thought: I can’t do superheroes, but I could do god comics. I bet I could get that kind of feeling to happen, and it might feel enough like a superhero comic to fool people.”

Yeah, great minds think alike.

Príncipes de Gautama

Ultimamente, só tenho jogado, mas como minha praia é mesmo mestrar, já estou pensando na minha próxima campanha. Tive uma idéia há alguns meses e ela retornou à minha mente recentemente, quando decidi dedicar um pouco mais de tempo a ela. Nessa campanha, os personagens (PCs) são jovens rajkumar (príncipes) que administram seus pequenos feudos em uma colônia da Terra num futuro distante. Tudo marinado em cultura pseudo-hindu e temperado com Dying Earth e Lord of Light. Ou seja, um clima de decadência tecnológica com os resquícios de uma Era Dourada onde biotecnologia, inteligência artificiais e tecnologia gravitacional floresceram. Nesse universo, a cultura hindu prevaleceu, pelo menos nessa área do espaço. Mas isso não quer dizer que a ambientação terá detalhes fiéis sobre o modo de vida indiano — o que quero é inspiração. É por isso que escrevi ‘pseudo-hindu’ acima. Por exemplo, deva nessa campanha não são espíritos, mas sim pessoas que nasceram com o dom de manipular o prana por meio do tantra, que por sua vez não será codificado de maneira fiel ao tantra real.

A idéia é combinar as aventuras padrão de um grupo de aventureiros com um sistema de administração de feudos que seria usado por cada PC. Então teríamos ações em nível administrativo, como rolamentos para ver se o rajkumar conseguiu debelar uma rebelião em seu feudo, e em nível tático, com os PCs se encontrando para resolver um problema que afeta a todos. É provável que eu crie — ou pegue emprestado de jogos como Birthright — umas tabelas de eventos aleatórios para rolar na fase de administração. Durante a criação dos PCs, que serão todos parentes, irmãos ou primos, também rolarei para ver a distância deles para o rajah em termos de sucessão, e do rajah para o maharajah.

Bom, essa é a idéia. Ao longo do tempo, vou postar as coisas que  vou usar para construir essa ambientação, como o planeta Gautama, a colônia do Império Deccam onde a campanha é ambientada

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