Fragmentos de Mundos Esquecidos


English-speakers, check my RPG.net thread.

Há algumas semanas, relembrei uma idéia antiga sobre a qual tomei conhecimento primeiramente nos romances da série Stormbringer, do Michael Moorcock (aparentemente, o rpg Exalted também tem um conceito similar): a de que heróis grandiosos poderiam criar novas terras a partir do Caos — com maiúscula porque estou falando da força de natureza divina que aparece nesses romances de fantasia. Imediatamente imaginei uma ambientação para um one-shot onde o Caos ganhou a eterna batalha contra a Ordem e consumiu todos os mundos, restando apenas uma massa disforme em constante mutação.

Contudo, de vez em quando a Ordem consegue se reestabelecer, cria uma ilha de estabilidade e traz de volta heróis desses mundos esquecidos para reestabelecer o multiverso. Esses heróis seriam os personagens dos jogadores (PCs). Eles podem ser de qualquer mundo, tanto mundano quanto mágico, de baixa ou alta tecnologia. Seu objetivo principal é vencer o Caos e reconquistar território para a Ordem, trazendo de volta nesse processo tudo que lhes é mais caro.

Meu sistema de RPG default é Unisystem, mas não creio que essa idéia necessite de todos os fru frus de um sistema mais pesado. Por isso acho que o PDQ ou outro sistema leve seriam mais apropriados. No caso do PDQ, os PCs recebem um número de Qualidades e Poderes como no Truth & Justice (eu resenhei esse jogo). Eles também ganham pontos de Ordem (ou de drama, destino etc., dependendo do sistema que você usar).

Estes conferem habilidades metajogo de curar dano, melhorar rolamentos e afins, além de permitir que os PCs conjurem fragmentos de seus mundos. Os fragmentos têm importância emocional para o PC e podem ser qualquer coisa, desde que sejam significativos: uma espada lendária, um antigo exército, um mar profundamente azul que o personagem lembra de sua infância.

Os fragmentos custam um ponto de Ordem e começam em Good [+2], mas se forem investidos mais pontos, eles melhoram. Um cavalo de três pontos é um animal Master [+6] . Quando for apropriado, esses fragmentos permitem adicionar seu bônus ao rolamento. Por exemplo, uma espada  Good [+2] dá +2 para combate. Esse bônus também ajuda o herói se ele derrotar o Caos, porque, depois da vitória, cada PC que sobreviveu rola para ver quanto do seu mundo natal fará parte da nova realidade e os fragmentos ajudam nesse rolamento.

Finalmente, cada fragmento pode absorver um nível de dano para cada ponto que tiver, mas s eo personagem zerar o fragmento, ele desaparece para sempre. Isso cria uma boa dinâmica, já que cada jogador terá que decidir entre investir em fragmentos ou em guardar seus recursos para sobreviver.

Além disso, há um outro detalhe que afetaria essa escolha. Cada vez que um fragmento é conjurado, o Caos ganha um ponto de Caos para usar contra os heróis. Esse ponto serve para criar oponentes aos personagens, mas essa oposição tem que ser oriunda do mundo do herói que gastou o ponto. A vantagem é que esse mesmo PC poderia ditar um detalhe sobre o oponente que lhe daria uma vantagem mecânica no combate contra ele.

Cada PC começaria com 10 pontos de Ordem e não haveria maneira de ganhar novos pontos (ainda não fechei essa idéia). Como disse antes, ess aidéia seria para um one-shot e não para uma campanha. Acho que seia divertido e poderia ser resolvido em umas duas sessões, dependendo do número de jogadores.

6 comentários em “Fragmentos de Mundos Esquecidos”

  1. Ótimas idéias para um jogo de nível épico, muito interessante! Primeira vez aqui no blog, conheci hoje! 🙂 Você tem que escrever mais em português!

    Um abraço!

  2. Estava dando uma olhada no PDQ e gostei muito. vale a pena comprar o Truth& Justice?

    abraços

    1. Depende: vc gosta de sistemas mais leves, onde uma parte dos efeitos e tal depende mais de narração do que de regras? Não é à toa que é chamado de um jogo de “alta confiança”.

      1. Sim, gosto. Eu estava lendo as regras do PDQ e achei bem legais. Como vc já tem o livro resolvi perguntar se a qualidade do livro é boa..

      2. Na verdade, só tenho o pdf. Eu o consegui de graça em troca da resenha. Como disse nela, a arte deixa um pouco a desejar e, às vezes a organização é confusa, mas o livro é bom. O PDQ cresceu muito desde então. O novo jogo, o Swashbucklers of the 7 Skies, traz uma nova implementação do sistema mais volada para espadachins, piratas etc.

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